Nicolau Maquiavel, nascido 3 de maio de 1469 na cidade de Florença, percebe um contexto histórico, onde se caracterizava pela Teocentrismo - isto é, Deus ordenando a vida das pessoas-. Esse era o preceito que orientava a vida das pessoas na Terra, que era vinculado a todo um princípio ético (moralismo romano e o moralismo cristão). Maquiavel rompe com essa verticalização, dissacralizando o político, e impõe uma nova perspectiva a horizontalização, Secularizando o Estado.
A Secularização, que é uma das características da Revolução Maqueaveliana, marca o rompimento com o moralismo romano e cristão. Como também é exposto que metade das ações humanas ou são determinadas pela fortuna ou pelo próprio homem. O que mostra a mudança de paradigma do Teocentrismo.
Maquiavel, quando passou seu período de ostracismo em San Casciano escreveu suas principais obras: "O Principe" (1512) e "Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio" (1517). Enquanto o primeiro trata-se de principados - novos, hereditários e mistos -, o segundo aborda sobre a República; descontruindo aquela imagem "Maquiavélica", que alguns de nós construímos nas escolas. Maquivel dizia que para fundar um principado o sujeito tem que ser um Príncipe, mas para manter uma República é necessária a presença do povo.
Porém, no nosso estudo vamos tratar apenas do primeiro livro, que é nada mais do que a conduta do príncipe que ele deve ter na sua vida. E é por isso que alguns denominam "O Príncipe" em "O espelho do príncipe". O autor escreve uma obra que parte das particularidades, dos fatos históricos que tiveram êxito e os que fracassaram também.
Segundo o ilustre Maquiavel em momentos tranquilos, deve-se aperfeiçoar o exercício da guerra, visto que o Exército Nacional é fundamental para invadir outros países, mas também para defender o território já adquirido. Pode-se perceber, então, que o poder das armas fundamental para a manutenção do principe no poder. Do mesmo modo que as boas leis, pois sem ordem, sem estabilidade, os súditos não sentem segurança.
Ele é considerado o autor que funda o pensamento moderno e da ciência política, por tratar do Estado e do governo a partir da realidade. Devido a isso a história se torna uma grande Arma Política. Este método empírico - a evidência dos fatos históricos - confere a prudência para o Príncipe. Assim, ratifica-se a frase de Cícero "A história é a mestra da vida".
A esfera política não pode ser guiada pelos preceitos do moralismo romano e cristão, já que o centro político é um limbo, onde as pessoas não são confiáveis. Dentro dele, " vícios se tornam virtudes" com a finalidade de gerar a continuidade do corpo político.
Assim, todo esforço de Maquiavel é gerar e adquirir uma previsibilidade, ordem no execício de poder. Mas para isso, o príncipe tem que usar a sua virtù, saber ligar o passado ao presente para poder controlar a contingência (a imprevisibilidade).